sábado, 13 de julho de 2013

A arte do civilizado e a do selvagem

Fotografia de autor desconhecido, infelizmente.
"Existem homens selvagens, seres de essência quase indissociável da natureza e da arte, e aqueles que sofreram um processo de civilização, que vivem presos às suas posses, fronteiras e leis - que garantem a frágil manutenção do resto. Para os primeiros, a arte é uma coisa de/em todos e quase tudo, e que até tem função e espírito. Para os últimos, é algo que não pode servir para nada, e a que, às vezes, atribuem tamanha artificialidade que precisam perder tempo discutindo sua legitimidade, em complexos sistemas que só os "entendidos" entendem; e é comum perderem mais tempo discutindo do que produzindo e fruindo. Estes primeiros, os "selvagens", também veem a arte como algo sagrado, ou como um gesto expressivo dessa grandeza; para eles, arte é uma forma de atribuir valor, ou o valor em si próprio. Os últimos, conferem valor à arte, e a supervalorizam, assim como começaram a fazer com a terra - que não é deles - e é comum estarem dispostos a passar por cima de qualquer coisa para buscar e acumular mais destes "valores" - passam por cima até mesmo de suas próprias leis, e também da arte dos outros, dos outros e de si próprios.

E os selvagens, que não dominam todos os códigos dos civilizados, mal conseguem entender seus valores, costumes e artes, mas os civilizados, acadêmicos dominadores e criadores de muitos códigos, se dedicam e conseguem estudar, entender e valorizar a arte dos "selvagens", mas ao fazer isso, quase sempre transformam-a em posse e tiram-lhe a vida; e para esta arte morta, mumificada, transformada em mero objeto, constroem sofisticados cemitérios, que chamam de museus. E poucos são os filhos da civilização que, bem aventurados, conseguem reconhecer, admirar e fruir arte, de coração, sem para ela erguer um mausoléu."

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Encontrei esta imagem nesta semana, pelo facebook, sem créditos, infelizmente, mas fica a reflexão: o "Guarani-Kaiowá" já saiu dos nomes das pessoas, na campanha feita nos profiles do facebook, mas e os 
Guarani-Kaiowá de verdade, lá do Mato-Grosso do Sul, como estarão? Tiveram suas reivindicações ouvidas? Ganharam o que lhes é de direito? Ou continuam na mesma, com a diferença de a mídia ter voltado seus olhos para polêmicas mais lucrativas?

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