sábado, 27 de julho de 2013

Mídia tendenciosa, um problema da alçada do professor de Artes?


Além da expressão, conhecimento e fruição artística, cabe a nós, professores de Ensino de Arte trabalhar também a leitura de imagem e a criticidade dos nossos alunos. Estes são elementos fundamentais para a emancipação dos indivíduos para o exercício da cidadania. Não só no âmbito da cultura, precisamos formar pessoas não-passivas na leitura de imagens cotidianas, que não venham ser meros receptadores passivos de informação, aceitando tudo que lhes dão como verdade e comprando tudo que a última propaganda mostrar.

Nesse sentido, trago este vídeo impressionante que acabei de descobrir e que, com certeza, trabalharei em aula. Um exemplo gritante e lamentável da tendenciosidade da mídia do nosso país, que se arrasta por décadas, cambaleando aliada aos políticos e poderosos a serviço de seus próprios interesses. A mídia que temos hoje é muito diferente dessa? A mídia que privilegia a cobertura da milionária visita do papa e simplesmente ataca e incrimina todas as manifestações por causas sociais é diferente desta, do período do regime militar? Quando vamos mudar este cenário? Quando a cortina positivista da "Ordem e Progresso" vai cair e escancarar este país roubado e desigual?

Abaixo a Rede Globo, a Rede Record, a SBT, etc. Abaixo o festival de mentiras da TV aberta! Chega de jornalismo tendencioso! Abaixo a burrice de Raquel Sherazade, o preconceito de Boris Casoy e a arrogância reacionária de William Bonner, William Waack, Sandra Annenberg e tantos outros mais! Chega de ignorância e senso comum! Nós podemos mais! Não deixemos que os âncoras de telejornal ancorem também a verdade, prendendo nosso povo no domínio da mentira e da manipulação dos fatos! Nós podemos mais!

Nós professores temos o poder de fazer isso acabar! Não podemos perder esta oportunidade!

sexta-feira, 26 de julho de 2013

O quê Histórias em Quadrinhos tem a ver com câncer?

Com um recipiente destes o soro do tratamento vira super-fórmula!
Já faz uns bons anos desde a última vez em que passei uma manhã jogado no sofá da minha mãe assistindo desenhos animados na TV. Hoje, nem mesmo tenho TV em casa, mas ainda lembro com saudosismo dos desenhos e super-heróis da "minha época". Principalmente porque eles continuam na minha vida, mais do que nunca, diariamente na escola. De uma maneira ou de outra eles estão por toda parte, nos bonés, mochilas, estojos, lápis, cadernos, camisetas e até na ponta do meu lápis, quando alguém pede um desenho expresso e não resisto em sair rabiscando o milésimo Batman do ano. Por isso fiquei feliz em ler esta notícia e assistir o vídeo. Embora hoje os pobres heróis só façam sucesso no cinema, longe das folhas cheirosas das revistinhas - que hoje também já não são baratas como antes - eles ainda funcionam! Isso é renovação! E contra um vilão tão poderoso!

É claro que não podemos nos esquecer que os super-heróis também são um produto e devemos respeitar os limites saudáveis de consumo, mas eles também tem poder para o bem e tenho certeza que o tratamento dessas crianças vai passar mais rápido e menos traumático dessa maneira, com a ajuda do lúdico, na pessoa destas personagens que nos lembram que desafios só existem para serem superados.

Vida longa aos caras de grandes poderes e responsabilidades e a todos os super heróis e heroínas que se inspiram neles e todos os dias enchem nossas salas de aula de ação, aventura e vontade de fazer o bem! A Mulher Maravilha e vários destes malucos de cueca por cima das calças começaram suas carreiras ainda nos anos 40 e daqui há pouco terão 100 anos de idade, mas a receita é boa e espero que consigamos sempre visitar um museu cheio de belas novidades e super-poderes inspiradores!

O nosso limite é o da nossa criatividade, estimule a dos seus alunos!

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Ironia e injustiça.


Esta é uma "Ponte com pôr do sol" de uma aluna do 4° ano do Ensino Fundamental... Quando ela me mostrou a pintura, como se fosse nada, eu fui tomado por um impulso, passei na estante para pegar livros dos mestres impressionistas e levei-a para o sol, na porta da sala, para explicar algumas coisas enquanto o trabalho secava. O detalhe disso tudo, e minha maior responsabilidade, é que essa aluna tem um problema que vai fazer com que ela perca totalmente a visão em alguns anos. E aí, o quê fazer? Ela é uma dessas poucas pessoas que já nasce e se desenvolve com esse gosto e talento para desenhar e pintar, não é injusto? Me dói só de pensar, pois eu sei o que ela sente, eu também desenhei desde criança, e curiosamente também fui uma criança que tinha medo de ficar cego, e entrava em pânico com qualquer acidente que machucasse o meu olho...
Enfim, eu mostrei Manet e Turner, e enquanto falava, quase que não consegui esconder minha tristeza. Espero que, ainda em tempo, eu consiga explicar para ela que a visão não necessariamente pode impedir uma pessoa de continuar desenhando. E torço para que ela, de fato, não desista.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Sala de Artes, sala de expressão...




Esta é a "Sala de Artes" da escola pública municipal onde trabalho. A sala que divido com outros 6 colegas, e na qual tento operar milagres, todo dia. Mas por duas vezes ela já correu o risco de ser extinta! Agora temos que preencher uma ata de uso para provar à direção que utilizamos o espaço, senão ele vira sala de aula mesmo. E nas duas tentativas, o fechamento da sala quase ocorreu, graças ao argumento de cobrança da Secretaria Municipal de Educação, que era de que a escola precisava realizar mais matrículas; ter mais alunos! Mais e mais alunos, na mesma escola, sem melhoras na infraestrutura e destruindo os espaços que já existem! E a grande maioria das escolas nem sequer um espaço precário desses tem! Maravilha, não? Estes são os governos que fazem campanha prometendo investir em educação!

Por quê não constroem mais salas de aula? 
Por quê não constroem mais escolas? Pelotas não inaugura uma escola nova há anos! O máximo que o prefeito fez pela educação até agora foi aparecer em uma escola dirigida por Cargos de Confiança dele, para fazer pose para o jornal, pintando paredes com os alunos, e ainda deixou a ameaça velada de que eles tem que cuidar do patrimônio, senão não tem mais! Poxa, prover uma boa escola e condições de educação não é uma mera obrigação da prefeitura? Onde estão os novos investimentos? Ah! Os prefeitos estudam em escola privada, não sabem como é! Esqueci disso!

Isso sem citar o aumento dos módulos trabalhados pelos professores, a subtração de vantagens salariais e a persistência na mentira, que mantém Pelotas na vergonhosa lista dos municípios brasileiros que ignoram completamente a lei 11.738 e não pagam o PISO NACIONAL DO MAGISTÉRIO...


E as pessoas ainda se perguntam por quê nossos jovens não tem a pretensão de serem futuros professores!!!

sábado, 13 de julho de 2013

A arte do civilizado e a do selvagem

Fotografia de autor desconhecido, infelizmente.
"Existem homens selvagens, seres de essência quase indissociável da natureza e da arte, e aqueles que sofreram um processo de civilização, que vivem presos às suas posses, fronteiras e leis - que garantem a frágil manutenção do resto. Para os primeiros, a arte é uma coisa de/em todos e quase tudo, e que até tem função e espírito. Para os últimos, é algo que não pode servir para nada, e a que, às vezes, atribuem tamanha artificialidade que precisam perder tempo discutindo sua legitimidade, em complexos sistemas que só os "entendidos" entendem; e é comum perderem mais tempo discutindo do que produzindo e fruindo. Estes primeiros, os "selvagens", também veem a arte como algo sagrado, ou como um gesto expressivo dessa grandeza; para eles, arte é uma forma de atribuir valor, ou o valor em si próprio. Os últimos, conferem valor à arte, e a supervalorizam, assim como começaram a fazer com a terra - que não é deles - e é comum estarem dispostos a passar por cima de qualquer coisa para buscar e acumular mais destes "valores" - passam por cima até mesmo de suas próprias leis, e também da arte dos outros, dos outros e de si próprios.

E os selvagens, que não dominam todos os códigos dos civilizados, mal conseguem entender seus valores, costumes e artes, mas os civilizados, acadêmicos dominadores e criadores de muitos códigos, se dedicam e conseguem estudar, entender e valorizar a arte dos "selvagens", mas ao fazer isso, quase sempre transformam-a em posse e tiram-lhe a vida; e para esta arte morta, mumificada, transformada em mero objeto, constroem sofisticados cemitérios, que chamam de museus. E poucos são os filhos da civilização que, bem aventurados, conseguem reconhecer, admirar e fruir arte, de coração, sem para ela erguer um mausoléu."

...

Encontrei esta imagem nesta semana, pelo facebook, sem créditos, infelizmente, mas fica a reflexão: o "Guarani-Kaiowá" já saiu dos nomes das pessoas, na campanha feita nos profiles do facebook, mas e os 
Guarani-Kaiowá de verdade, lá do Mato-Grosso do Sul, como estarão? Tiveram suas reivindicações ouvidas? Ganharam o que lhes é de direito? Ou continuam na mesma, com a diferença de a mídia ter voltado seus olhos para polêmicas mais lucrativas?

segunda-feira, 1 de julho de 2013

CONAE - Vamos participar desta construção!


Ajude a construir!
Em fevereiro de 2014 ocorrerá a Conferência Nacional de Educação – CONAE. O colóquio possui caráter deliberativo e apresentará um conjunto de propostas que subsidiará a implementação do Plano Nacional de Educação (PNE), indicando responsabilidades, corresponsabilidades, atribuições concorrentes, complementares e colaborativas entre os entes federados e os sistemas de ensino.

O texto do Plano Nacional pode ser visto AQUI.

A programação visual e diagramação do arquivo são tão lindas quanto o conteúdo do texto. Nem parece ser projeto de um país como o Brasil, que tem um sistema de educação pública cuja desvalorização beira o literal sucateamento. Será toda essa beleza um indício de mudança de ponto de vista e de prioridades governamentais, ou é mais um mero "engana bobo" utópico para distrair os "tolos" que ainda sonham que educação deveria ser para todos?

Façamos um esforço para ajudar a construir este plano, colocando nele um pouco da nossa vontade, conhecimento e esperança!

Boa sorte, Brasil!